terça-feira, 8 de julho de 2008

Façamos uma reflexão no tocante à ação de votar.

Para muitos, ter de votar é uma atividade chata e imposta.
Sabemos que, no Brasil, o voto é, antes de mais nada, um dever. Dessa forma, observamos essa ação como uma imposição, mas devemos tentar perceber de outra forma, tentar observar o voto como um direito que recebemos. E como é importante votar de forma consciente!
O direito ao voto secreto e direto nos foi dado de volta depois de muita luta, muito sangue e muitas lágrimas.
Durante 21 anos, vivemos sob um período de repressão, censura, violência, torturas e mortes.
Depois de muito lutar, as gerações das décadas de 60 e 70 conseguiram, em meio a muita resistência, o direito de votar, de escolher seus representantes, de exercer, enfim, a cidadania.
Hoje, em respeito a essas pessoas, a seus ideais, não podemos (nem devemos!) deixar que a ação de votar seja tratada com desdém!
Em se tratando de política atual, no Brasil, entendo que haja uma nuvem de insatisfação, indignação, revolta e descrença, mas, antes de mais nada, devemos parar para analisar, contestar e, depois disso, voltar a ter uma disposição para participar do processo político de nosso país.
Entendo que, com "sanguessugas", "dossiês", "vampiros" e "mensaleiros", nossa visão de política fique ofuscada, mas espero que cada um de vocês possa parar para perceber que isso não vem de 2002, e sim desde o momento em que fomos "infectados" pela "invasão" lusa e sua visão imperialista.
Corrupção, negociatas, politicagem, subornos, CPI não são palavras novas no vocabulário político brasileiro. Desde a formação política do País, vivenciamos as mais desagradáveis relações políticas de nossos governantes.
As Capitanias Hereditárias, a abertura dos portos para as "nações amigas", a compra de objetos supérfluos para a satisfação da Inglaterra (nossa segunda metrópole), o rombo no Banco do Brasil (com o roubo de nosso ouro por D. João VI), os abusivos impostos do século XVIII, a República do Café-com-leite, a repressão de Getúlio Vargas, o nefasto período militar de 64 a 85 - que proporcionou ao País atraso, inflação, corrupção, repressão e tantas outras mazelas que vivenciamos hoje-, o período Collor, com a retenção de nossas poupanças, com o rombo na previdência, no orçamento, a era FHC com as privatizações, vendendo, a preço de banana, nossos bens (como a Vale do Rio Doce, uma das companhias que mais lucram no Brasil atualmente, para citar apenas uma), com o sucateamento das universidades públicas, da saúde, de educação (para a satisfação de nossa terceira metrópole – EUA – proporcionando, assim, ferramentas para o seu neoliberalismo), de forma geral, mostram-nos que a nossa crise não é algo novo.
Votar NULO e BRANCO é um direito que cada um tem, mas, antes de tudo, é muito importante a reflexão em torno desse ato.
Seria mesmo um voto de protesto ou uma forma de isentar-se da discussão política? Seria uma forma de mostrar indignação ou uma maneira de dizer "deixa para lá" ou "não gosto mesmo de política"?
Como não gostar de política se é ela que nos rege? Se as relações humanas são relações políticas?
Este ano,teremos uma grande oportunidade de colocar em prática nossa cidadania. Não percamos esse momento tão rico no processo político.
Não deixemos de participar desse instante tão importante para a nossa democracia.
Votemos conscientes e de forma responsável.
Vamos às urnas com um sentimento de patriotismo, de amor ao nosso país.
Coloquemos aquela nossa camisa do Brasil que tanto usamos nos dias de copa.
Cantemos, com entusiasmo, o nosso hino e mostremos a todos que não vamos fugir à luta de fazer deste País uma nação viável e mais justa para todos os seus filhos!
Reflitam!
Pensar em Brasil não deve ser, apenas, atividade realizada durante campeonato de futebol. A Chega de pão e circo. Queremos trabalho e dignidade.


Cristiane Castro.

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