terça-feira, 15 de julho de 2008

Ética, respeito e educação: alguém viu isso por aí?

Exatamente, ontem, à noite, escutei de uma vizinha que "se todos fossem seguir a lei, as coisas não prestariam". É mole?
Deixem-me contextualizar a questão: em minha rua, há uma senhora com seus cinqüenta anos, aproximadamente, que, todas as segundas-feiras, promove um culto no meio da rua. Isso mesmo: ela se aproveita do fato de a rua não ter saída e coloca as suas dezenas de cadeiras, seu microfone, chama o pastor de sua igreja e serve uns pratinhos com alguma comida no final (dessa forma, talvez, ela esteja conquistanto seus fiéis!).
Assim, há mais de um mês, a segunda-feira é o dia (escolhido por essa vizinha) que ninguém pode se concentar para estudar, para ler alguma coisa ou para assistir à tv. É o dia do culto! No meio da rua!
Como resposta à minha reclamação (sim, eu precisei reclamar do que já está se tornando uma ação habitual e absurda), escutei que eu que estava "atrapalhando" meus benditos vizinhos, isso existe?
Ora, não seria a via pública de interesse comum? Será que estão invertendo os papéis? Será, não. Com certeza.
A questão agora é buscar a definição do que é público e do que é privado. As pessoas, por pura conveniência e, diria mais, falta de caráter mesmo, invertem o sentido de público e de privado. Utilizam-se de patrimônio público para fins particulares e acham que, dessa forma, praticam a cidadania. Ora, ora!
Seguindo o "brilhante" raciocínio dessa referida vizinha, imaginem se a desobediência às leis vira moda, uma prática comum a todos os seres humanos!
Pessoas como essa senhora religiosa furam fila, jogam lixo nas ruas, ligam seus aparelhos de som às alturas, desrespeitam seus semelhantes de todas as formas e ainda pregam em nome de Jesus! Ora, não foi Ele mesmo que pregou - segundo essa mesma senhora - o amor ao próximo, o respeito e a verdade?
Perde-se a noção de respeito pelo sossego alheio, a noção de educação primária e a de ética.
Se bem que falar em ética em um país sem ética é mesmo lutar com dragões (enfim, aqui já são "cenas de um próximo capítulo", de um próximo texto). A questão é que driblam a lei, agridem a ética e faltam com a educação.
O que fazer para tentar resolver isso? Bem, buscar os órgãos públicos responsáveis pela manutenção da ordem pública. A Polícia Militar, inicialmente.
Pois é, eu a chamei, exatamente, às 19h55min. de ontem e, até agora, às 10h, a viatura não veio, o que, sinceramente, já era esperado.
É claro, se não aparecem para prender ladrões, traficantes, políticos corruptos, se não defendem a vida humana, por que iriam aparecer para resolver uma situação de vizinhos, não é mesmo? Eles devem ter mais o que fazer, só não sei o quê! Talvez atirar em alguma criancinha pelas ruas.
Esse é o preço que se paga para se viver em um País sem ética, sem educação e sem respeito.


Cristiane Castro
15/07/08

3 comentários:

Unknown disse...

Cris,

É uma situação lamentável esta,e que infelizmente está cada vez mais comum. As pessoas esqueceram que o seu limite temina quando começa o do outro e acham que as vias púlicas são propiedades deles.

E a polícia que devia nos ajudar... na verdade, não sei qual o atual papel da polícia neste país, não sei mais quem é o mocinho e o bandido na história.


Abraço,
Renata Ferreira de Oliveira

Aline B. disse...

É uma selva mesmo esse lugar. N pense que n leio seu blog, moça... :)

denise disse...

É inacreditável como a falta de educação está virando uma constante.
Pessoas assim, politicas assim, serviços assim, são verdadeiros destrutores de qualquer intenção de melhora a qualquer sistema.
O problema é quem muitas pessoas falam, "já está assim, não vai mudar". Dessa forma tudo vira uma selva de pedras sem total respeito ao próximo.