quarta-feira, 9 de julho de 2008

Polícia: para que precisa, para que precisa de polícia?

Não é de hoje que vemos casos que retratam a incompetência do governo em relação à (in)segurança pública em nosso país.
Impostos pagos, recursos garantidos, seleção pública, centros de treinamentos. Boa combinação para a existência de grupos militares organizados, lícitos e competentes.
No entanto, o que vemos, em nossas ruas, são homens despreparados, autoritários, fora de forma, agressivos, violentos, utilizando carros sucateados, armas ulrapassadas e incompatíveis com a realidade do "exército" inimigo (traficantes e cia. LTDA.).
É sabido que o policial, seja civil seja militar, enfrenta problemas financeiros (devido aos baixos salários) e psicológicos (vive em constante situação de stress emocional, lidando com bandidos, com a iminência da morte) e, assim, sem uma condição apropriada para o exercício de sua profissão, sua ação pode comprometer a harmonia social e sua real função na sociedade.
Dessa forma, pode-se chegar à conclusão de não só o governo deve ser responsabilizado pela falta de assistência a esse profissional, mas também a sociedade, pois ela não pode se eximir de seu papel de fiscal, de cidadã e cobrar do Estado uma maior atenção às questões de interesse comum.
Aqui entram várias outras questões: qual o papel da polícia em nossa sociedade? De que forma ela deve agir? Seria o mero combate à violência propriamente dita, com mais armas, com o "caveirão", com homens invadindo os morros, as favelas, com a construção de mais presídios? Não seria a hora de pensar em como combater as causas dessa violência urbana que toma as ruas, as estradas e até nossas casas? Por que não investir em educação, em projetos esportivos e em uma política de erradicação da corrupção no seio da polícia?
Na China, o bandido é condenado à morte pelo crime que cometeu e a família paga por sua bala. No Brasil, a polícia mata o cidadão de bem - inclusive uma criança de 3 anos! - e a sociedade paga não só pela bala, mas por todas as ações desastrosas, incompetentes desses homens que, portanto uma arma, tentam impor o respeito da sociedade, mas, na verdade, impõem o medo, o terror, a insegurança, a bandidagem.
Até quando?

Cristiane Castro
09/07/08

Nenhum comentário: